58º aniversário de Emancipação Político-Administrativa do Município.

08/03/2017

A Câmara Municipal de Vista Alegre do Alto comemorou, no último dia 17 de fevereiro de 2017, os 58 anos de Emancipação Político-Administrativa do Município, aproveitando a oportunidade para nomear a Sala de Sessões da edilidade, homenageando o Sr. Antonio Apparecido Fiorani (in memorian).

Vista Alegre do Alto foi fundada em 25 de março de 1919 e, depois de quarenta anos, no dia 18 de fevereiro de 1959, tornou-se efetivamente Município, ou seja, foi emancipado, deixou de dependente de Monte Alto, município ao qual era subordinada política e administrativamente.

A primeira legislatura, que compreendeu o período de 1960 a 1963, teve como presidente do legislativo o Sr. Antonio Apparecido Fiorani durante os quatro anos, e foi composta, além dele, pelos seguintes membros: Vereadores: Aldemiro Campanha, Aldo Bassoli, Aurélio Bettini, Douglas Freitas de Jesus, Estevinho Fiorim, Etelvino de Souza Júnior, José da Cunha Villela Filho, José de Almeida Miranda.  Vereadores Suplentes: João Ravazzi, José Mariotto Netto, Milton Sílvio Fiorani.

Assim, por iniciativa do Vereador – Presidente da Câmara, José Ricardo Joanini, o qual teve o apoio de todos os demais Vereadores, esta Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, na 1ª Sessão Ordinária, da 14ª Legislatura, realizada em 13 de fevereiro de 2017, nos termos do inciso XI, do artigo 42, do Regimento Interno desta Edilidade o Projeto de Lei nº 12 de 2017, que “Dá denominação à Sala de Sessões da Câmara Municipal de Vista Alegre do Alto, e dá outras providências”.

Tal projeto foi sancionado pelo Prefeito Municipal, Luís Antonio Fiorani, de modo que o ato legal que nomeia a Sala de Sessões da Câmara como SALA DE SESSÕES “ANTONIO APPARECIDO FIORANI” é a Lei nº 2141, de 14 de fevereiro de 2017.

O evento contou com a participação da família do homenageado e com o prestígio de autoridades e outros munícipes vista-alegrenses, além da presença do Sr. Marcantônio Pinto Neto, Assessor do Deputado Estadual Itamar Borges. 

Confira as fotos e leia, na íntegra, o Texto “Antônio Fiorani. Vida e Obra. ”, escrito por Silvio Fiorani Júnior. 

 

ANTÔNIO FIORANI. VIDA E OBRA. 

Duas datas se destacam entre as que marcaram a origem e o desenvolvimento de Vista Alegre do Alto. A primeira, 1919, assinala a abertura das ruas do seu núcleo urbano inicial, a partir de um projeto do “engenheiro” dinamarquês Emílio Owen Sandholdt. Trata-se do acontecimento que marca a fundação da cidade. A segunda data ocorre 40 anos depois. Em dezembro de 1959, Vista Alegre desliga-se de Monte Alto e torna-se município; ou seja, adquire, de fato, a condição política de cidade. Outra figura histórica então se destaca: Antônio Fiorani, líder do movimento de emancipação de nossa cidade.

Vista Alegre viveu a condição de povoado até 1927, quando se tornou Distrito de Paz. Porém, uma cidade só se torna verdadeiramente Cidade como instituição plena quando adquire autonomia política; ou seja, quando se torna município. A ideia de iniciar-se um movimento nesse sentido começou a ser cogitada no início dos anos 1950, quando havia feito parte de conversas de Antônio Fiorani e dois outros vistalegrenses: o farmacêutico Oswaldo Catalano e o titular do cartório, Murilo Nery.

Transformar Vista Alegre numa cidade politicamente organizada equivalia na prática promover a sua refundação. No entanto, Murilo e, em seguida, Catalano, se mudariam de Vista Alegre. Mas, Antônio Fiorani logo se aliaria a outros companheiros interessados em levar adiante o acalentado projeto. Assim teve início, na prática, o movimento de emancipação política da cidade. Desse grupo, fizeram parte Irineu Julião, Etelvino de Souza, Aurélio Bettini, Rafael Rossino, entre outros. O movimento ganhou força em pouco tempo, e seria logo vitorioso. Nos últimos dias de dezembro de 1959, a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou a lei que permitiu que Vista Alegre assumisse as rédeas de seu próprio destino.

Irineu Julião foi o primeiro prefeito. Antônio Fiorani, por sua vez, tornou-se o primeiro presidente da Câmara Municipal, e em 1964 foi eleito para a sua primeira gestão à frente da Prefeitura. Foi escolhido para o cargo de prefeito por mais três vezes: de 1983 a 1988, 2005 a 2008 e 2009 a 2012. Fez então história pelas obras importantes que realizou. Mais que isso, suas administrações foram marcadas por uma absoluta correção e consciência quanto ao bom uso dos recursos públicos que teve à sua disposição. Moralidade, racionalidade e capacidade administrativa foram suas marcas fundamentais. Com isso, conseguiu dar à nossa cidade bens de infraestrutura para o seu progresso e bens educacionais e culturais para o aprimoramento de seu povo.

Antônio Fiorani mostrou sempre uma grande capacidade natural para a liderança. Esta foi uma de suas marcas mais constantes. Soube sempre, por outro lado, valorizar e incentivar as equipes que trabalharam mais diretamente com ele. Sua atenção para com o bom uso do dinheiro e dos bens públicos permitiu que a arrecadação municipal e eventuais financiamentos federais e estaduais resultassem sempre em grandes melhorias. A demonstração disso são as obras que estão espalhadas pela cidade e que contemplam todos os setores da vida pública. Não houve nenhuma área de atividade que tivesse sido esquecida. Suas gestões tiveram sempre a marca da integralidade e do reconhecimento dos direitos universais dos cidadãos quanto à saúde, educação, cultura, esporte e lazer, entre outros. Andando pela cidade se pode testemunhar a maneira excelente como cada um desses itens foi contemplado em suas administrações.

 Como resultado eloquente de tudo isso, Vista Alegre atingiu, na sua última gestão, duas marcas excepcionais: o município atingiu a maior arrecadação per capita de todo o nordeste do Estado de São Paulo; prova de seu desenvolvimento. E, num universo de cerca de 5.400 municípios, tornou-se, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, uma das 30 melhores cidades do Brasil para se morar.  

Quanto à sua vida pessoal, Antônio Fiorani fez sempre questão de frisar a importância dos valores familiares. O nascimento em Bebedouro, em 10 de dezembro de 1925, foi para ele sempre uma questão apenas geográfica, pois sempre se sentiu vista-alegrense de coração. E também porque a família se mudou para cá quando ele tinha apenas dois anos.

Foram seus pais Sílvio Fiorani e Aurora Geraldini, ambos pertencentes a famílias de imigrantes italianos. Os Fiorani possuíam uma serraria no distrito de Andes, em Bebedouro, e os Geraldini já estavam radicados em Vista Alegre como proprietários rurais. Os avós Fiorani logo venderiam a serraria e deixariam Andes para radicarem-se em Campinas, mas Sílvio mudou-se para Vista Alegre, para trabalhar como operador de uma máquina de café. Aqui, Aurora e Sílvio tiveram mais sete filhos. O espírito de iniciativa do pai e sua tenacidade e capacidade para o trabalho, e para assim prover uma família tão numerosa, foram sempre exaltados por Antônio Fiorani.

Em 1932, ele inicia o curso primário no que seria, mais tarde, o Grupo Escolar Salvador Gogliano Jr.  Já aos nove anos começou a trabalhar num dos armazéns de secos e molhados da cidade. Só deixou a ocupação em 1939, para ir para São Paulo, onde fez curso de contabilidade na conhecida Escola Técnica de Comércio Riachuelo. Paralelamente, em 1944, entra para a Escola de Instrução Militar do 2º. Exército, completando ali seu treinamento depois de um ano. Durante o período passado em São Paulo, manteve-se trabalhando do na mercearia de seu tio Antonio Geraldini, no centro da cidade. Continuou no emprego quando Antônio vendeu a mercearia e deixou São Paulo.

O regresso a Vista Alegre se deu em 1945, quando começou a trabalhar no Cartório local, do qual se tornaria, mais tarde, titular. Ao mesmo tempo, dedicou-se ao comércio de compra e revenda de cereais, atividade que deixaria gradativamente em virtude do crescimento do movimento do cartório. Mais tarde adquiriria sua primeira propriedade rural, que venderia para comprar o atual Sítio do Barro Preto. 

Na volta à cidade, ainda em 1945, acontece um fato de primeira importância: começa a namorar Lúcia Mattioli, com quem se casa em 1949. Essa união foi fundamental na vida de Antônio Fiorani. Lúcia foi a companheira de todos os momentos, o que incluiu não apenas a família que começava a se formar, mas o lado político. Como primeira dama, ela cumpriu de maneira exemplar o papel que lhe cabia; à altura da longa carreira política do marido. A cumplicidade de ambos no casamento e na vida pública de Antônio foi também admirável. Da união vieram dois filhos, seis netos e uma bisneta. Da mesma forma que na vida pública, a vida familiar de Antônio Fiorani foi marcada pela extrema dedicação e o empenho em cumprir de maneira excelente sua missão de provedor e orientador como pai de família.